No dia 15 de março, dois membros da equipa de autoavaliação do nosso Agrupamento, Clara Vitorino e Teresa Amoedo, participaram no seminário (Auto)avaliação das escolas e qualidade educativa no Instituto de Educação da Universidade do Minho.

Depois da habitual abertura dos trabalhos, tivemos a oportunidade de ouvir a conferência da Inspetora Geral do IGEC, Ariana Cosme, “Autoavaliação e Qualidade Educativa: que relação?”. A oradora começou por destacar que, até ao dia de hoje, as avaliações externas têm vindo a atribuir um escasso número de menções de “Excelente”(1,4%) e de “Muito Bom”(19,9%) ao domínio da autoavaliação. A perplexidade da oradora prende-se com a discrepância relativamente aos outros domínios nos quais os inspetores têm sido mais generosos nas classificações. É, de facto, necessário refletir sobre o impacto da autoavaliação na liderança e gestão, bem como na prestação de serviço educativo ou nos resultados: até que ponto se pode compreender que os agrupamentos obtenham sistematicamente qualificações mais elevadas nestes três domínios? Se há uma liderança muito boa, se a prestação do serviço educativo e os resultados são excelentes, então seria lógico pensar que a autoavaliação está a desempenhar o seu papel de forma excelente também… Ariana Cosme desmistificou muitos dos preconceitos existentes nas escolas sobre a avaliação externa, considerou perfeitamente razoável que as escolas tentassem mostrar o seu melhor: alterando os planos das aulas assistidas, aprimorando aspetos do espaço físico (limpeza, arrumação, aconchego), que nos painéis de discussão os participantes destacassem os aspetos mais favoráveis… no fundo a escola é como uma “casa que recebe visitas” e que quer mostrar o seu melhor. Foi uma conferência muito humana que nos mostrou uma perspetiva diferente e empática das chefias sobre o trabalho dos inspetores que se deslocam às escolas.

Depois desta conferência, seguiram-se duas mesas redondas. Na primeira participaram Leonor L. Torres (Universidade do Minho), Filipa Seabra (Universidade Aberta) e Conceição Lamela (IGEC) discutiram sobre os desafios que a autoavaliação enfrenta e apresenta: pode a autoavaliação reforçar a identidade das escolas? Deve responder ao quadro referencial usado pelas equipas de avaliação externa? Existe de facto uma cultura de autoavaliação nas escolas? Foi destacada a necessidade de colaboração e entendimento entre quem decide (a liderança) e quem avalia (autoavaliação), pois o impacto desta última é condicionado pelas decisões tomadas pelos órgãos de liderança e gestão da escola. Na segunda mesa redonda, participaram Fernando Gonçalves (AE do Freixo), Daniel Magalhães (AE Dr. Bento da Cruz) e Carla Rocha (AE Santos Simões), na qualidade de coordenadores das equipas de autoavaliação dos seus agrupamentos. Os três descreveram os recursos humanos com que contam, o modo de trabalho, os documentos que publicam, a forma de publicitação e o impacto do seu trabalho na comunidade educativa. Algumas ideias que no nosso agrupamento podemos adotar: criar uma caixa de sugestões, presença do coordenador de autoavaliação nas reuniões do Conselho Geral, uniformização dos relatórios das equipas intermédias, criação de escalas de avaliação, definição de estratégias de supervisão…

Por fim, ouvimos a conferência de encerramento de Isabel Fialho (Universidade de Évora) “A avaliação institucional das escolas e a sua contribuição para a qualidade educativa”. A oradora destacou a necessidade de garantir condições de trabalho, de formação, a mobilização de todos os elementos da comunidade educativa, transparência e rigor no processo, reforçou também a necessidade de  garantir o processo de melhoria contínua… entre outras. Apresentou os elementos essenciais do processo de autoavaliação: planeamento, recolha de informação, registo, organização e análise dessa mesma informação para tomar decisões que devem resultar na melhoria, qualidade e inovação na educação.

Foi um seminário inspirador para melhorar as nossas práticas e para refletir sobre o modo como o trabalho da equipa de autoavaliação do nosso agrupamento pode ter mais impacto, principalmente, nos domínios dos resultados e da liderança e gestão.

A equipa de autoavaliação

Related posts