Viajar de mãos dadas com Pessoa e Saramago
“Viajar de mãos dadas com Pessoa e Saramago” – este foi o mote da visita de estudo a Lisboa, realizada pelos alunos do 12.º ano do ensino regular e profissional. A deslocação ocorreu entre os dias 15 e 16 de janeiro.
No primeiro dia, tivemos de madrugar, pois partimos logo às cinco da manhã, para chegar à primeira visita agendada: o convento e palácio de Mafra. Os nossos guias fizeram uma magnífica viagem pelo romance saramaguiano Memorial do Convento, desvendando momentos essenciais da intriga à medida que nos foram mostrando o corredor de 232 metros que ligava o quarto da rainha ao do rei, a sala de caça, os salões nobres…, bem como, no convento, as celas, a enfermaria, a “boticária” e, por último, a “jóia da coroa”: a biblioteca dos frades.
De seguida, rumamos para Lisboa, apeando-nos no Rossio. Houve um intervalo para o almoço e, posteriormente, tivemos um encontro com Fernando Pessoa, Bernardo Soares, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Neste encontro, conhecemos onde nasceu e viveu Pessoa, partilhamos momentos de poesia e corremos atrás de Álvaro de Campos que tinha muita pressa para apanhar o comboio.
Terminado este encontro heteronímico, tivemos a possibilidade de desfrutar do pôr do sol na zona do Chiado e o autocarro levou-nos até à Pousada de Sintra onde nos esperava um requintado jantar.
No segundo dia, fomos ver a peça de teatro, inspirada no romance de José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis. Uma adaptação que introduziu a personagem do narrador, Saramago, a dialogar com Ricardo Reis e o fantasma de Fernando Pessoa, que, como estava morto, não podia ler. O público simpatizou mais com as personagens femininas: Lídia e Marcenda, as duas amadas de Ricardo Reis, aplaudindo com entusiasmo uma delas que recusa a proposta de casamento, feita pelo protagonista.
Numa corrida contra o tempo, foi necessário comer com rapidez para apanhar o autocarro que nos levou ao Parque do Palácio da Pena, e como tínhamos pouco tempo o motorista local brindou-nos com curvas apertadas e rápidas, obrigando os passageiros a segurarem-se com força para evitar cair. E assim, seguimos para a visita do Parque e Palácio da Pena, onde nos foi explicado que o responsável pela sua construção e desenho foi o rei D. Fernando II, que sendo de origem alemã, foi um estudioso e admirador da cultura portuguesa. De cariz marcadamente romântico, a arquitetura do Palácio representa os momentos mais importantes da nação portuguesa.
E assim chegou ao fim o nosso itinerário. De regresso a Valença, fomos brindados com um concerto, liderado pelo professor Nuno Martins e a participação entusiasta de todos os viajantes.
PS. Fiquem atentos às reportagens que o jornal Click vai publicar em breve!